As inspeções das ligações dos imóveis na rede coletora de esgoto contribuem também para o desenvolvimento da pesquisa em saneamento. Um grupo de profissionais do Semasa – Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infraestrutura de Itajaí – utilizou ferramentas de geoprocessamento para demonstrar a correlação entre locais com inconformidades em caixas de gordura e ocorrências de obstruções na rede coletora de esgoto.

O trabalho foi apresentado no 32º Congresso da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, que ocorreu em Belo Horizonte – MG, de 21 a 24 de maio. A equipe que desenvolveu o estudo é composta pelo engenheiro sanitarista e ambiental Victor Silvestre, ex-diretor de Saneamento do Semasa,  o engenheiro ambiental e sanitarista Fabrizio Campos e as fiscais de Obras e Saneamento, engenheira agrônoma Georgia Lopes Basso e engenheira ambiental e sanitarista Daiani Bastos Araújo.

O estudo utilizou dados de 803 endereços vistoriados pelo programa É Só Se Ligar, que verifica as instalações hidrossanitárias dos imóveis localizados em áreas de Itajaí com coleta de esgoto em operação, e gerou mapas de calor que destacam os locais com maior concentração de irregularidades na caixa de gordura, que vão desde a ausência do equipamento até a falta de limpeza.

A imagem foi comparada a outro mapa de calor, formado pelos dados de 1.122 ordens de serviços de desobstrução de rede. O que a semelhança entre os padrões revela é que as falhas nos equipamentos particulares geram problemas e despesas na infraestrutura pública, ou seja, cuidar da manutenção individual dos retentores de gorduras nos imóveis possibilita economizar e prevenir consequências negativas coletivas de grande porte.

A fiscal Georgia Basso está à frente do Programa É Só Se Ligar e avalia que a pesquisa serviu para colocar em informações claras e precisas o que já é percebido no cotidiano do programa. “É comum o morador dizer que nem sabe onde fica a caixa de gordura no imóvel, o que já comprova que a limpeza não está sendo feita. Por esse e outros motivos, nossas inspeções têm caráter educativo e de auxiliar as pessoas a cuidarem do seu patrimônio e consequentemente também do sistema público e do meio ambiente”, aponta.